Como gerenciar o espaço físico da escola?
Fernando Osório Pereira (fernando2308@yahoo.com.br)

Palavras-chave: Patrimônio, Planejamento, Identidade e Autonomia Escolar.

No módulo VII do Progestão caderno de estudo: “Como gerenciar o espaço físico da escola? de Ricardo Chaves de Rezende Martins e Rui Rodrigues Aguiar, expõe sobre a importância do patrimônio material e imaterial da escola. Quando pensamos em patrimônio escolar pensamos logo no patrimônio material, algo que é palpável, com custo determinado, infra-estrutura, dificilmente referimos ao imaterial, costituído pela identidade da escola, historicamente construído em sua relação com a comunidade, a partir de seu projeto pedagógico.
Martins e Aguiar (2001) aponta o conceito de patrimônio  escolar e mostra que o patrimônio imaterial é um fator decisivo na conservação do patrimônio material. Já pensou toda a comunidade defendendo o patrimônio da escola, tanto o material como o imaterial, contra depredações ou dilapidações? Essas depredações e dilapidações podem comprometer a infra-estrutura física, os equipamentos e o mobiliário da escola, pondo em risco a própria imagem do estabelecimento, repercutindo em sua credibilidade e identidade na comunidade.
A questão do patrimônio imaterial é fundamental, ele é parte integrante da história da comunidade. É por essa razão que se torna importante resgatar e preservar a história da instituição, manter sua memória. Quando lembramos dos nossos tempos de escola, o que vem à mente? Podemos citar alguns professores, a estrutura física da escola, determinada aula, os amigos, as festas, as gincanas, os projetos, enfim, uma infinidade de ações e situações. Uma escola é o resultado de um conjunto de experiências acumuladas, do trabalho de muitas pessoas que lutaram por ideais, desenvolveram planos e projetos, alcançaram êxitos e amargaram fracassos.
A gestão do patrimônio envolve um conjunto de técnicas que permite ao gestor e ao coletivo da escola planejar e executar ações de aquisição, registro, movimentação, manutenção, reposição e alienação de móveis e equipamentos de propriedade da escola e com longa vida útil. A gestão de material trata da identificação de necessidades, compra e controle do estoque dos suprimentos usados cotidianamente na escola para o seu funcionamento. Podemos associá-la ao controle sobre material de higiene e limpeza, material de expediente, gêneros alimentícios e etc. A questão da segurança na gestão do ambiente físico escolar implica um conjunto de medidas para a proteção do patrimônio escolar, a existência de condições de higiene e salubridade, além de proteção à integridade física e moral dos membros da comunidade escolar.
Uma questão importante a ser destacada é a influência da gestão de material no planejamento e execução das atividades pedagógicas. É evidente que cada uma das atividades relacionadas à gestão do ambiente físico possui repercussões imediatas na vida escolar e, portanto, precisam ser monitoradas, para que não influenciem negativamente a gestão pedagógica da escola. Imaginemos, por exemplo, um professor altamente motivado ao aplicar, na sua turma, uma atividade lúdica e inovadora que ele aprendeu assistindo a uma programação da TV Escola. Para realizar a atividade, o professor precisará, simplesmente, de três folhas de papel cartolina em cores diferentes. Então, ele solicita o material à escola, mas é informado que o papel solicitado não está disponível e não existe previsão de quando chegará. Frustante, não é mesmo?
As consequências de uma situação como essa podem ser percebidas no trabalho do professor e no potencial de aprendizagem dos alunos: pouca motivação para introduzir novas técnicas de construção do conhecimento e pouca oportunidade de construção do conhecimento a partir de atividades que os envolvam no conteúdo da disciplina, potencializando a motivação e aprendizagem dos alunos.
A gestão do ambiente físico da escola pode ser panejada e executada a partir da estruturação de atividades em quatro conjuntos de ações: patrimônio escolar, material de consumo, espaços de aprendizagem e espaços comuns.
Temos sempre que estar questionando: Como anda a gestão do ambiente físico de sua escola? De que forma a gestão do ambiente físico da escola pode ser planejada? Na escola pública, a gestão do patrimônio escolar costuma ser especificada em manuais de procedimentos ou instrumentos legais, pelos órgãos responsáveis pela supervisão do trabalho escolar. Esses procedimentos costumam ter por base os princípios gerais de administração do patrimônio, que podem ser assim resumidos: identificação das necessidades; identificação das fontes de recursos; registro dos bens; movimentação dos bens; venda, fruto, doação e inutilização; e inventário anual.
Esse método de gerir o patrimônio escolar tem como função garantir que os recursos obtidos pela escola para a compra dos bens permanentes, seja por meio do orçamento público, seja por meio de doações, possam ser protegidos contra desvios de toda natureza, inclusive roubos e utilização incorreta.
Um outro fator importante que pode contribuir para a gestão do ambiente físico da escola são as parcerias. A partir da última década do século passado, as empresas descobriram a importância do conceito de responsabilidade social como forma de conduzir os negócios, de modo a tornarem-se parceiras e co-responsáveis pelo desenvolvimento social. Empresas socialmente responsáveis possuem capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes e conseguem incorporá-los às suas atividades, visando não somente à questão do lucro. Com isso, tendem a solidificar sua imagem na comunidade, garantindo, de forma efetiva, a sua sobrevivência em um mundo cada vez mais competitivo.
A partir da experiência do mundo dos negócios, esse conceito também pode ser adotado pela escola, pois implica, principalmente, a tomada de decisões ligada a valores éticos, de acordo com exigências legais, respeito às pessoas, à comunidade e ao meio ambiente. Uma das principais formas de implementar a responsabilidade escolar é por meio da gestão participativa. Aliada a ela, cresce, com grande força, a aceitação de voluntários dentro e fora da escola, como suporte às diversas atividades administrativas e pedagógicas.
No âmbito da gestão do ambiente físico, utilizar voluntários pode ser a diferença entre conseguir organizar, ou não, eventos para conseguir fundos para a compra de bens. Porém, o trabalho voluntário não deve ser relacionado a amadores e pessoas sem compromisso. Temos que preocuparmos com a eficiência dos serviços, com a qualificação dos voluntários, com o desenvolvimento organizacional e com os resultados produzidos.
As vantagens do trabalho voluntário podem ser identificadas, para as pessoas, em relação ao aspecto emocional que as ações de ajudar ao próximo podem trazer e, para a escola, em relação ao desenvolvimento do espírito de equipe, o senso de solidariedade e a motivação. Convém que o voluntário assine um termo de adesão ou de trabalho voluntário, para evitar futuros problemas para a escola, como, por exemplo, a reivindicação de posto de trabalho ou de remuneração pelos serviços realizados voluntariamente.
A escola pode ainda buscar desenvolver parcerias com as pessoas da comunidade, bem como com empresas que adotem ações socialmente responsáveis, para garantir o bom andamento da gestão espaço físico escolar e dos aspectos pedagógicos.
Internamente, esses mesmos pressupostos podem ser utilizados para envolver, democraticamente, pais, professores, funcionários e, principalmente os alunos, em ações que visem adotar a escola  de um ambiente mais seguro, limpo e agradável.
Portanto, diante de tudo que foi exposto, garantir a participação e a ação dos alunos em tais atividades, além de trazer benefícios para a escola, contribui de forma consistente para a formação de pessoas mais felizes e comprometidas com valores sociais como solidariedade, a inclusão, a paz, dentre outros.


Referências Bibliográficas
MARTINS, Ricardo Chaves de Rezende. PROGESTÃO: Como gerenciar o espaço físico e o patrimônio da escola? Módulo VII/ Ricardo Chaves de Rezende Martins, Rui Rodrigues Aguiar; coordenação geral Maria Aglaê de Medeiros Machado. – Brasília: CONSED – Conselho de Secretários de Educação, 2001.

LÜCK, Heloisa. A Escola Participativa: o trabalho do gestor escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.


Como gerenciar os recursos financeiros
Fernando Osório Pereira (fernando2308@yahoo.com.br)

Palavras-chave: Recursos Financeiros, Gestão de Autonomia, Ética e Racionalidade Administrativa.

No módulo VI do Progestão caderno de estudo: como gerenciar os recursos públicos? de Ana Maria Albuquerque Moreira e José Roberto Rizzoti, o mesmo procura tecer considerações sobre como gerenciar os recursos financeiros, mostrando à possibilidade de se trabalhar a gestão dos recursos orçamentários e financeiros destinados à escola, com segurança de acordo com os princípios de autonomia, ética e racionalidade administrativa.
As escolas são Unidades Administrativas que podem pertencer às estruturas diferenciadas, de acordo com a forma de governo ao qual estão veiculadas, em especial quanto a gestão de recursos financeiros. É importante que o próprio gestor realize a gestão financeira como uma de suas competências. Para isso, deve seguir as etapas fundamentais da gestão que são: planejamento, execução e prestação de contas.  A escola pública é parte integrante do sistema de administração pública da educação e tem o dever de atender todas as obrigações legais, funcionais, operacionais e de ordem hierárquica que cabem a ela. Sendo ela, gestão pública e unidade executora, devem – se aplicar os principios básicos da administração pública: legalidade, moralidade, impessoalidade e publicidade. É de responsabilidade do gestor aplicar com maior compromisso esses princípios.
Moreira e Rizzotti (2009) discutem a diferença entre público e o privado no financiamento das escolas públicas, tratando das suas diferentes fontes e seus sistemas de aplicação de recursos. Essas diferenças resultam dos programas, projetos ou convênios que determinam os critérios para as transferências e a aplicação dos recursos financeiros. Os autores apresentaram um modelo de plano de aplicação de recursos e de classificações que as despesas recebem, onde devem conter o título projeto; o período de execução (início/término); identificação do objetivo (com o que será gasto); justificativa da proposição (explicar a necessidade de se gastar com o objetivo); cronograma de execução (meta, etapa ou fase); plano de aplicação (valor em R$); cronograma de desembolso (data e valor em R$ que serão gastos os recursos). Assim o gestor sente-se mais seguro para realizar de forma mais eficaz a gestão financeira da unidade escolar.
Esse módulo, leva o gestor a compreender a importância de usar instrumentos e mecanismos de controle das despesas realizadas pela escola associada a sua Unidade Executora. A etapa de “gastar o dinheiro” exige do gestor muita atenção nos procedimentos de acompanhamento e supervisão do cronograma de desembolso, as formas de liberação dos recursos orçamentários e financeiros a serem utilizados nas escolas e os mecanismos de contratação, pagamento e comprovação das despesas.
Assim como, os cheques emitidos pela escola, as notas fiscais de gastos realizados e os recibos de serviços prestados. Porque todos esses instrumentos constituem o registro da gestão financeira realizada na escola e devem ser cuidadosamente acompanhados e arquivados para o momento correspondente à etapa da prestação de contas. Vale ressaltar que seja exigida em todas as compras a nota fiscal de venda ao consumidor (quando a mercadoria for retirada do estabelecimento pelo próprio comprador) ou a nota fiscal de serviços (quando se tratar de empresas que prestam serviços), mas nunca receber apenas cupom fiscal. Na nota fiscal deve conter o nome da pessoa que atesta o recebimento, RG, CPF e assinatura do mesmo. Assim como, no pagamento com cheque deve se tomar cuidado de fazê-lo nominal e cruzado.
A aplicação de recursos orçamentários e financeiros realizados na escola está veiculada a diretrizes maiores que orientam o sistema de administração pública da educação, devendo obedecer às legislações, políticas nacionais, estaduais e municipais de financiamento de ensino, diretrizes e normas de transferência e aplicação de recursos. Portanto, cabe ao gestor compreender que a escola é parte integrante desse sistema e por isso, precisa prestar contas de todas as despesas que foram realizadas com recursos públicos a ela destinados por meio de programas orçamentários específicos. E com relação aos recursos financeiros privados, a escola deve atender aos critérios de prestação de contas estabelecidos pela instituição concedente. A comunidade escolar também deve ter conhecimento de todas as despezas realizadas pela escola e estar conscientes de todas as aplicações feitas em benefício do serviço público prestado pela escola, bem como, do seu direito de exigir, o ensino de qualidade. O Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar deve verificar atentamente a prestação de contas e apresentar à comunidade escolar, cabendo ao gestor ser o mediador deste processo, numa linguagem simples, apresentar o valor dos recursos recebidos e com o que foi gasto. O importante é manter sempre a organização e o compromisso nos procedimentos a serem tomados.
Se os recursos financeiros recebidos pelo poder público não foram suficientes, cabe ao gestor buscar fontes adicionais de recursos para manter o bom funcionamento das escolas num processo de descentralização administrativa que enfantiza a autonomia de gestão das escolas. Para isso, faz se necessário que o gestor tenha em mãos um quadro geral da situação da escola, bem como da comunidade na qual está inserida. Primeiro, para saber de quanto à escola dispõe em recursos financeiros e de quanto necessita, em segundo, para conhecer melhor os principais setores econômicos da comunidade e identificar as possíveis fontes alternativas, de recursos financeiros, sejam elas ligadas aos pais de alunos, ao comércio local, a indústria e empresas locais, agentes comunitários, etc. Isso é o que chamamos de parcerias. Com a associação do diagnóstico financeiro da escola e o contexto em que ela se insere, fica fácil ao gestor criar estratégias de captação de recursos privados. Que somados aos recursos públicos, melhorias nas condições de realização do trabalho educativo serão proporcionadas.
Portanto, diante de tudo que foi exposto, percebemos que precisamos ampliar nossos conhecimentos, adquirir algumas habilidades relacionadas à gestão de recursos financeiros, como elaborar planos de aplicação, quadros demonstrativos de despesas, planilhas e prestação de contas. São fundamentais para uma gestão financeira organizada, comprometida e conhecedora de procedimentos eficazes, como: o posicionamento da escola no sistema de ensino, os principios da administração pública, as fontes de financiamento da educação básica, as etapas da gestão financeira (planejamento) e também, outras possibilidades de arrecadar recursos financeiros por meio das parcerias que a escola pode estabelecer. Assim, o gestor, estará atuando como multiplicador de competências em gestão de recursos financeiros, além de proporcionar um ensino de qualidade com transparência e compromisso.

 
Referências Bibliográficas
MOREIRA, Ana Maria de Albuquerque. PROGESTÃO: Como gerencar os recursos financeiros? Módulo VI/ Ana Maria Albuquerque Moreira, José Roberto Rizzotti; coordenação geral Aglaê de Medeiros Machado. – Brasília: CONSED – Conselho de Secretários de Educação, 2009.

Manual de Gestão de Recursos Públicos por Associações de Apoio às Unidades Escolares. Elaboração e Revisão: Domingos Ferreira Curcino, 4º Edição 2011.

ALMEIDA, Elena Roque de. Professora Formadora CEFAPRO/Cuiabá-MT.

Como contruir e desenvolver os princípios de convivência democrática na escola?
Fernando Osório Pereira (fernando2308@yahoo.com.br)

Palavras-chave: Gestão Escolar, Democracia e Sucesso.

No módulo V do Progestão caderno de estudo: como construir e desenvolver os princípios de convivência democrática na escola? de Maria Celeste da Silva Carvalho e Ana Célia Bahia Silva, deixa claro que a Gestão Escolar é um tema que tem atraído o interesse dos educadores que exercem a função de gestores, pois o direcionamento do trabalho realizado e o embasamento teórico transformam as ações e as concepções de cada um. Tornar as escolas participativas e sua comunidade envolvida com questões antes não discutidas em assembleia é um grande passo para o desenvolvimento da sociedade. O desafio de traçar objetivos e alcançar metas é posto a frente de cada gestor, basta saber quem esta pronto para o sucesso.
Aceitar a função de gestor, mesmo que de forma democrática como já vem sendo realizada, exige um vasto conhecimento nas áreas de administração pública, didática, relações humanas, entre outras que muitas vezes são inerentes a função. Nesse sentido, torna-se necessário ao gestor a dispolibilidade de adquirir os conhecimentos necessários para que possa realizar seu papel de maneira brilhante e eficaz, atingindo os objetivos propostos a função.
Estar aberto a novas práticas e a novas experiências pode ser um dos caminhos a seguir nesta jornada bastante difícil, porém gratificante quando realizada com sucesso. Gerir é administrar e de certa forma nosso sistema educacional deve ser ser encarado como uma empresa, onde temos nossa equipe de trabalho, nossa clientela e a comunidade ao entorno que faz as constantes avaliações das produções realizadas e seus benefícios. Negar essa visão um tanto quanto dura de a escola ser uma empresa pode levar ao caos todo o sistema educacional brasileiro. É preciso estar consciente de que encararmos a escola deste modo teremos profissionais mais empenhados no exercício de suas funções e a escola deixará de ser um mero instrumento público e gratuito que dá valor, inclusive seus maiores beneficiários que são os próprios educandos.

Quando se trata de escola-empresa ou escola-avaliação, geralmente o panorama encontrado é o de espanto, medo ou indignação, mas, o primeiro passo para um bom trabalho é a avaliação institucional, pois através dela é possível detectar as possíveis falhas dos diversos setores e então partir para a construção de estratégias para a melhoria da qualidade de oferta dos serviços, mais esta avaliação somente será validada quando houver o envolvimento de todos os membros da comunidade, onde todos possam exercer seu direito a cidadania de forma democrática e legítima.
O exercício da cidadania é um dos princípios fundamentais para a vivência social, onde o indivíduo pode-se valer de seus direitos sem deixar de lado seus deveres, tornando sua existência participativa em seu meio, conhecendo melhor sua comunidade, envolvendo seu entorno em projetos que venham de encontro com as necessidades reais de sua localidade. Um grande exemplo de exercício de cidadania são as parcerias oferecidas às escolas como forma de minimizar as disparidades sociais encontradas, onde o grande objetivo é proporcionar ao educando de uma comunidade menos favorecida, os meios necessários para que ele possa se sentir incluso à sociedade como um membro efetivo e preparado.
A escola através de sua equipe gestora deve se sentir capaz de coletar os dados necessários para transformar uma parceria (seja interna ou externa), em um momento especial de transformação social e de interação com novos conhecimentos que são postos a disposição nas mais diversas redes. O trabalho coletivo, que já é uma linha de expressão da democracia, deve permanecer sempre como o ponto norteador, haja visto que o objetivo de todos os envolvidos com a educação, seja direta ou indiretamente, é onde diminuição das desigualdades, através de uma educação de qualidade e com acesso a todos. Em se tratando de educação de qualidade, as escolas devem estar organizadas de forma que seus objetivos e metas, venham de encontro com a realidade  da comunidade em seu entorno, visando os pontos acima citados. Para que isto ocorra é necessário que seja feito um planejamento da política escolar, onde as discurssões e propostas fiquem registradas no documento de base da escola que é o “Projeto Político Pedagógico”. Este documento deve ser elaborado por todos, de forma que a escola passe a ter um direcionamento que a promova frente às dificuldades de sua comunidade. “O projeto da escola depende, sobretudo, da ousadia dos seus agentes, da ousadia de cada escola em assumir-se como tal, partindo da ‘cara’ que tem, com seu cotidiano e o seu tempo-espaço, o contexto histórico em que ela se insere. Projetar significa ‘lançar-se para frente’, antever um futuro diferente do presente. Projeto pressupõe uma ação intencionada com um sentido definido, explicito, sobre o que se quer inovar.” Ter consciência da realidade vivida e saber estudá-la, torna-se um forte elemento para a construção do saber com qualidade.
Educação de qualidade implica na dedicação de cada envolvido em transformar um simples gesto em motivação e estimulo, onde o desenvolvimento e a aprendizagem de cada indivíduo façam parte do progresso coletivo. A coletividade inserida no sistema educacional ou mesmo em uma unidade específica gera segurança. Pode contar com Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar, Associação de Pais e Mestres, entre outros colegiados juntamente com outras parcerias, somente reforçam a ideia do fortalecimento democrático dentro das escolas e da participação dos vários segmentos da comunidade ao seu entorno que passam também a ser responsáveis pelas realizações da instituição a qual faz parte. A autonomia dada à escola e a seus colegiados não abrange apenas as questões de aprendizagem, parcerias ou entrosamento, abrange também a gestão financeira que é bastante delicada, pois a escola faz parte de um sistema de administração pública. A gestão financeira deve ser encarada como um desafio, onde a todo momento e a cada decisão é necessário consultar leis, os colegiados, a comunidade e as definições colocadas no Projeto Político Pedagógico, para que os gastos sejam condizentes com a realidade da escola, sem deixar de destacar a limpidez e transparência que devem constar na prestação de contas. O desafio não deve estar na gestão de recursos públicos, mas também na de recursos próprios.
Ao gestor cabe não apenas o gerenciamento de recursos financeiros, mais também recursos materiais, patrimoniais, pedagógicos, humanos e principalmente a articulação com a comunidade. Esta articulação se torna extremamente importante, pois é através dela que a escola ganha os reforços como os colegiados, as agremiações, as parcerias, a participação efetiva de pessoas dispostas a ajudar na construção de uma escola melhor e aberta a todos que dela necessitam. Para que o gestor possa instigar a construção de uma escola melhor é preciso que ele conheça a realidade de sua escola, seus desejos, suas angústias, suas carências. É preciso que ele avalie a real situação de cada setor e principalmente se deixe se avaliado. Todos têm responsabilidades na gestão escolar, seja direta ou indiretamente, bem como todos podem ser beneficiados com os resultados de uma boa gestão, tendo ao seu alcance a liberdade de usurfruir os espaços públicos disponibilizados de forma coerente e justa para sua comunidade.
A avaliação não deve se ater apenas a um questionário com perguntas de múltipla escolha sem objetivo, direcionado apenas aos gostos particulares de cada um com relação a determinado assunto. Ele deve ser instigador e transformado em um instrumento de busca e aperfeiçoamento. A avaliação deve ser realizada em todos os aspectos da escola não com caráter de merito, mais com visão de melhoria na qualidade de oferta de serviços,  pois os mesmos devem vir de encontro com as necessidades da comunidade entendida e esta merece não só como prevê a lei – igualdade de condições, qualidade na educação, etc.
O gestor de sucesso não deve jamais esquecer dos passos fundamentais: avaliar, planejar, executar, sendo que nenhum deles poderá ser realizado sem o principal: a participação da comunidade que é o maior responsável pelo crescimento de uma escola brilhante. Vai encarar o desafio?

Referências Bibliográficas
FERNADES, Maria Estela Araújo. Progestão: como desenvolver a avaliação institucional da escola?, módulo IX, Brasilia: CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação, 2001.
PENIN, Sonia Teresinha de Sousa. Progestão: como articular a função social da escola com as especificidades e as demandas da comunidade?, módulo I, Brasilia: CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação, 2001.
DOURADO, Luiz Fernandes. Progestão: como promover, articular e envolver a ação das pessoas no processo de gestão escolar?, módulo II, Brasilia: CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação, 2001.
MARÇAL, Juliane Corrêa. Progestão: como promover a construção coletiva do projeto pedagógico da escola?, módulo III, Brasilia: CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação, 2001.
GROSBAUM, Marta Wolak. Progestão: como promover o sucesso da aprendizagem do aluno e sua permanência na escola?, módulo IV, Brasilia: CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação, 2001.
CARVALHO, Maria Celeste da Silva. Progestão: como construir e desenvolver os princípios de convivência democrática na escola?, módulo V, Brasilia: CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação, 2001.
MOREIRA, Ana Maria de Albuquerque. Progestão: como gerenciar os recursos financeiros?, módulo VI, Brasilia: CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação, 2001.
MARTINS, Ricardo Chaves de Rezende. Progestão: como gerenciar o espaço físico e o patrimônio da escola?, módulo VII, Brasilia: CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação, 2001.
ABREU, Mariza Vasques de. Progestão: como desenvolver a gestão dos servidores na escola?, módulo VIII Brasilia: CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação, 2001.

Progestão (Módulo IV )


Sucesso na Aprendizagem e Permanência do Aluno na Escola.
Fernando Osório Pereira (fernando2308@yahoo.com.br)

Palavras-chave: Aprendizagem, Ensino, Trabalho Coletivo, Interação, Avaliação e Permanência do aluno na escola .

A escola centrada no pleno desenvolvimento do educando precisa esta buscando maneiras de fazer do processo educativo algo prazeroso e desafiador. Essa proposta ficou bem clara no módulo IV do Progestão, caderno de estudo “ Como promover o sucesso da aprendizagem do aluno e a sua permanência na escola” da autora Marta Wolak Grobaum e Claúdia Leme Ferreira Davis.
O acesso a novos conhecimentos, a trocar de experiências, a construção de concepções próprias embasadas em vivências e conhecimentos culturalmente acumulados, viabilizam a interação de forma significativa na sociedade. É nessa perspectiva que a educação deve caminhar, de forma participativa, organizada e significativa, enfrentando os desafios, superando-os, almejando sempre o sucesso da aprendizagem do aluno e consequentemente a sua permanência na escola. 
José Manuel Moram em suma fala que: "A escola precisa cada vez mais incorporar o humano, a afetividade, a ética, mas também a tecnologia de pesquisa e comunicação em tempo real". Esses pontos precisam ser bem trabalhados no âmbito escolar, estamos em déficit nesses requisitos básicos enfatizados na sociedade contemporânea. Ou seja, numa sociedade onde se intensifica continuamente o uso das tecnologias, imagem, cores, a era cibernética, onde os internautas podem viajar sem sair do lugar, apenas através da internet.
E na escola como são ofertadas as aulas? A escola acompanha toda essa evolução?
 O que realmente percebe-se é a inexistência ou carência desta explosão de significados e isso tem refletido de forma significativa nos altos índices de evasão e reprovação escolar. Portanto, precisamos promover atitudes que superem esta problemática.
Tudo isso sugere muitas discussões e sugestões de atividades que visem contribuir de forma positiva para desenvolvimento de práticas pedagógicas significativas que promovam o sucesso e a permanência dos alunos na escola.
O conhecimento teórico das diversas correntes pedagógicas o Behaviorismo, Construtivismo, Sociointeracionismo que permeiam a educação irá delinear, organizar, determinar o trabalho e o objetivo pedagógico, conduzindo a missão e os valores adotados pela comunidade escolar.
Alguns critérios também são de suma importância para garantir o sucesso escolar dos alunos, como por exemplo, organizar o espaço de aprendizagem, os profissionais e os alunos precisam de espaços organizados e estruturados para que possam desenvolver o processo de ensino e aprendizagem. Otimização do tempo, os alunos têm quatro horas para ensino sistematizado, portanto, deve-se aproveitar este período para desenvolver o trabalho com eficácia. Relação aluno X professor, este item é essencial para que o processo de ensino e aprendizagem possa fluir de forma democrática e participativa. Integração do trabalho pedagógico, o trabalho em equipe é importante porque todos participam com compromisso das atividades pedagógicas. Atendimento individualizado, cada aluno tem o seu tempo e suas especificidades, o professor precisa se atentar as particularidades de cada aluno, considerando e assegurando a todos o direito à educação. Aulas diversificadas, diante de tantas motivações na mídia e nas tecnologias em tempo real da sociedade contemporânea, o aluno não estará motivado a assistir aulas cansativas onde o professor detém o saber excluindo o aluno do processo de ensino e aprendizagem. Avaliação, favorecerá verificar o resultado do processo de aprendizagem, assim como, a prática pedagógica, na sequência superar dificuldade promovendo a eficiência e eficácia do ensino bem como, do desenvolvimento educacional dos alunos um processo contínuo de ação – reflexão – ação.
Portanto, são muitos desafios a serem enfrentados para superar inúmeras problemáticas, porém, a superação irá favorecer o ensino de qualidade e consequentemente garantir a permanência e o sucesso dos alunos na escola.

Referências Bibliográficas
GROSBAUM, Marta Wolak. Progestão : Como promover o sucesso da aprendizagem do aluno e sua permanência na escola?, módulo IV / marta Wolak Grosbaum, Claudia Leme Ferreira Davis ; coordenação geral Maria Aglaê de Medeiros Machado. - Brasília: Consed -Conselho Nacional de Secretários de Educação, 2001.

MORAM, José Manuel. A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá . Papirus, 2007, p. 167-169.

MOREIRA, Luciana Régia de Oliveira.

Progestão (Módulo III )


PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: “O NORTE DA ESCOLA”

Fernando Osório Pereira (fernando2308@yahoo.com.br)

Palavras-chave: Autonomia,Trabalho Coletivo,  Avaliação, Identidade e Inovação.

No módulo III do Progestão, caderno de estudo “Como promover a construção coletiva do projeto pedagógico da escola?” é o módulo mais importante de todos, pois nele trata do Projeto Político Pedagógico e nos orienta quanto a importância de todos os segmentos da escola (gestores, alunos, professores, funcionários pais e comunidade local) caminharem juntos, procurando resolver os problemas que aparecem e criando novas alternativas para a melhoria da educação oferecida a comunidade. Nesse sentido, o trabalho realizado pelos vários segmentos da escola tem se mostrado um aspecto fundamental, pois como diz o ditado popular, “ sonho que se sonha só é apenas um sonho que se sonha só, mais sonho que se sonha junto vira realidade”.
Como todos sabemos, a construção do PPP está fundamentado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n° 9.394/96 e está relacionada a três grandes eixos: o eixo da flexibilidade, da avaliação e da liberdade. Considerando esses três grandes eixos, a LDB reconhece na escola um importante espaço educativo e nos profissionais da educação uma competência técnica e política que os habilita a participar da elaboração do seu projeto pedagógico. A escola não deve elaborar seu projeto apenas devido a uma exigência legal, mais sim a partir da necessidade de inovar a ação coletiva no cotidiano de seu trabalho. O PPP é portanto, o instrumento que mostra a intencionalidade da escola como instituição, indicando seu rumo e sua direção. Dessa forma, embora a prática seja importante para o estudo da escola e, consequentemente, para as propostas de inovação do seu contexto, a teoria também é muito importante para a U.E avaliar as dimensões e os principios que orientarão a construção do Projeto Político Pedagógico. A prática quando é bem fundamentada pela teoria, pode levar os vários segmentos a alterarem sua ação para melhor, tornando-se mais consistente e inovadora.
Há várias formas de construir, o projeto pedagógico. Cada escola é única em sua realidade e nas relações que seus segmentos estabelecem entre si. Nesse sentido, qualquer sugestão apresentada precisa ser adaptada à realidade do projeto a ser construído. Um fator de destaque dentro da construção do projeto em questão é a avaliação. A mesma precisa preocupar-se com os múltiplos aspectos do seu processo de construção, cobrindo um grande número de questões que vão desde aquelas especificamente voltadas para o processo ensino aprendizagem desenvolvido em sala de aula até outras que tratam do trabalho da escola com um todo. Lembro ainda que, a construção do projeto pedagógico é um processo compreendido por três momentos interligados: diagnóstico da realidade da escola, levantamento das concepções do coletivo da escola e programação das ações a serem desenvolvidas por todos os sujeitos da escola. Todos esses momentos passam por um processo de avaliação que permite ao grupo caminhar do rela para o ideal, desenvolvendo ações viáveis, possíveis de serem implementadas. Portanto, ações que requerem planejamento e avaliação desde o diagnóstico até a execução das ações.
A medida que todos querem algo mais,falta, portanto, articular esse “algo a mais”, negociar suas implicações de modo a construir uma proposta, não do turno ou do setor, mais da escola. Enfim, uma proposta que servirá como referência de instrumento para ação coletiva.
Referências
Marçal, Juliane Corrêa.. Progestão : como promover a construção coletiva do projeto político pedagógico?, módulo III / Juliane Corrêa Marçal, José Vieira de Sousa;  ; coordenação geral Maria Aglaê de Medeiros Machado. --Brasília : Consed – Conselho Nacional de Secretários de Educação, 2001.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Org.). Projeto político-pedagógico da escola:uma construção possível. 2. Ed. Campinas: Papirus, 1996, p.11-35.
Colégio Est. Padre Gama: Projeto Político Pedagógico, 2010.

Progestão (Módulo II )


 ESCOLA ESPAÇO DE PARTICIPAÇÃO

Fernando Osório Pereira (fernando2308@yahoo.com.br)

Palavras-chave: Gestão Democrática, Autonomia, Cidadania e Humanização.

No módulo II do Progestão, caderno de estudo “como promover, articular e envolver a ação das pessoas no processo de gestão escolar?”, nos orienta quanto a participação da comunidade escolar  nas responsabilidades compartilhadas para que favoreça a educação. A função da escola vai muito além do ensino pedagógico. Formar cidadãos politizados, com poder de decisão e capazes de agir e interagir no meio em que vivem deve ser a missão das escolas comprometidas com a sociedade. Mais para que isso aconteça é necessária uma ação conjunta entre todas as partes interessadas.
Lembro ainda que, a comunidade escolar é composta por vários segmentos, dentre eles: os pais, os alunos, os funcionários, professores e a equipe diretiva, sendo que, para que a mesma possa atingir os seus objetivos é preciso contar com o apoio de todos. Uma maneira de promover a interação desses segmentos é por meio do colegiado escolar, um modelo de administração coletiva, em que todos participam dos processos decisórios e do acompanhamento, execução e avaliação das ações nas unidades escolares, envolvedo as questões administrativas, financeiras e pedagógicas. Não tem como atribuir mais importância a um segmento do que ao outro. A equipe gestora que não contar com o apoio de um dos segmentos não produzirá os resultados almejados. O apoio torna-se possível quando a participação de cada pessoa é valorizada dentro da unidade de ensino a qual pertence e assim a sua visibilidade para o fim principal que é a escola. 
Possibilitar oportunidades para que todos possam ajudar faz a diferença. É preciso, também, saber receber a crítica não como uma visão simples de oposição, mais como uma contribuição para que se estabeleça o necessário debate. É do contraditório que vamos cultivar consciências e vamos caminhar, cada um no seu tempo mais certamente  na mesma direção, ou seja, com os mesmos propósitos. Respeitar a opinião de todos é para o processo de gestão autônoma e democrática abrir caminhos para a história que será escrita por cada um.  As pessoas precisam de satisfação ou reconhecimento social, a escola pode elaborar painéis com fotos dos voluntários ou enviar certificados de agradecimento para valorizar quem ajuda. Outro fator importante é permitir que as pessoas desenvolvam atividades diferentes das que realizam diariamente. É claro que os voluntários, podem contribuir com suas habilidades, mais porque não incentivar, por exemplo, que um pai marceneiro ajude a restaurar livros ou valorize outra atividade que agregue, além da satisfação de ajudar dar algum valor cultural para ele? A escola será beneficiada com a contribuição e estará cumprindo seu papal de educar para a cidadania.
Portanto, diante de tudo que foi exposto é fácil notar que construir uma gestão democrática exige tempo e planejamento e dá mais trabalho do que simplesmente agir de forma diretiva. Contudo, os ganhos são enormes quando as decisões sobre os gastos, a montagem do projeto político pedagógico e os instrumentos de avaliação, entre outros, são compartilhados e a comunidade e a equipe se sentem, de fato, parte da escola. Assim o democrático deixa de ser adjetivo para se tornar prática.




Referências
Dourado, Luiz Fernandes. Progestão : como promover, articular e envolver a ação
 das pessoas no processo de gestão escolar?, módulo II / Luiz Fernandes Dourado,
Marisa Ribeiro Teixeira Duarte ; coordenação geral Maria Aglaê de Medeiros Machado. --
Brasília : Consed – Conselho Nacional de Secretários de Educação, 2001.
Colégio Est. Padre Gama: Projeto Político Pedagógico, 2010.